Governo anuncia novas medidas para manter funcionamento dos setores essenciais no Pará

Dez caminhões transportando combustível seguiram no início da manhã desta terça-feira, 29, em direção às cidades de Santa Izabel, Castanhal, Santa Maria e Salinópolis, que já enfrentavam desabastecimento. O reforço na segurança para fazer com que os veículos cheguem aos seus locais de destino está sendo garantido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), em parceria com o Exército Brasileiro.
O comboio é escoltado por mais de 200 agentes, entre homens do Comando Militar do Norte, Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Militar e Grupamento Aéreo de Segurança Pública (Graesp). Os caminhões com combustíveis saíram do Porto de Miramar, na capital paraense, por volta de 7 horas.
Durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta terça-feira (29), no auditório da Casa Civil, em Belém, o secretário adjunto de Gestão Operacional da Segup, André Cunha, garantiu que novas operações serão realizadas, ainda esta semana, para levar combustíveis e insumos para outras regiões do Estado. “A próxima operação será para o eixo sul e sudeste do Pará, que partirá de Marabá e atenderá municípios que estão totalmente desabastecidos, onde a população está mais prejudicada. Sem combustível prejudicamos o atendimento de saúde, o transporte escolar, o Corpo de Bombeiros e outras áreas prioritárias”, comentou.
Ainda de acordo com André Cunha, essas operações serão realizadas para atender a população de todo o Estado com diversos itens essenciais. “Daqui para frente vamos continuar realizando operações dessa natureza para levar não só combustível, mas todos os itens prioritários para atender a população dessas cidades. Tudo está sendo tratado com a liderança do movimento dos caminhoneiros, que foi compreensiva conosco. Eles têm a leitura de que os serviços básicos precisam ser mantidos e não fizeram qualquer objeção as nossas operações”, explicou. 
A ação atende ao Decreto Presidencial 9.382, de 25 de maio de 2018. “Estamos hoje acatando o decreto presidencial dentro do nosso princípio da legalidade para atender os locais que se encontram desabastecidos de combustível, priorizando as ações da saúde”, finalizou o chefe do Estado Maior do Comando Militar do Norte, general Cláudio Penkal.
Saúde
Trinta e três cidades do interior do estado, que compõem o 3º, 4º e 5º Centros Regionais de Saúde (CRS), serão beneficiadas com a ação. Fazem parte do 3° CRS os municípios de Curuçá, Igarapé-Açu, Inhangapi, Magalhães Barata, Maracanã, São Francisco do Pará, Marapanim, São Domingos do Capim, São João da Ponta e Terra Alta, tendo como base Castanhal.
O 4º CRS tem como polo o município de Capanema e é formado também pelas cidades de Augusto Corrêa, Bragança, Cachoeira do Piriá, Nova Timboteua, Ourém, Santa Luzia do Pará, Santarém Novo, São João de Pirabas, Tracuateua e Viseu. Já os municípios de São Miguel do Guamá, Aurora do Pará, Capitão Poço, Dom Eliseu, Garrafão do Norte, Ipixuna do Pará, Irituia, Mãe do Rio, Nova Esperança do Piriá, Paragominas e Santa Maria integram o 5º CRS.
De acordo com o secretário estadual de Saúde Pública em exercício, Arthur Lobo, a ação é necessária para a manutenção dos serviços de urgência e emergência nas unidades de saúde. “É fundamental esse apoio, uma vez que os municípios fazem a atenção básica, mas a média e alta complexidade é de competência do estado e nós precisamos manter esse transporte para os municípios polos, como Salinas, por exemplo”.
Para garantir que não haja problema nos atendimentos de urgência e emergência do Estado, Arthur Lobo anunciou que as cirurgias eletivas, que já estavam marcadas, precisarão ser suspensas temporariamente no Pará. “Precisamos priorizar a urgência e emergência. Hoje nossos hospitais regionais de média e alta complexidade ficaram prejudicados, mas é importante que a população saiba que estamos abastecidos com gases medicinais, material médico-hospitalar, alimentação e geração de energia. Não corremos risco de paralisar os atendimentos, mas para isso é necessário o reagendamento dessas cirurgias. Assim conseguiremos manter o atendimento de qualidade à população por pelo menos mais uma semana se a greve continuar”, detalhou.
A falta de alimentos também é uma preocupação, já que alguns hortifrutigranjeiros, utilizados no preparo das refeições dos pacientes podem faltar por conta da greve. “Ainda temos estoque de alimentos em alguns hospitais por 10 dias e em outros por até 30, mas por prevenção resolvemos adotar algumas medidas para evitar a falta. Uma delas é pedir a colaboração dos acompanhantes de pacientes e dos nossos colaboradores para que façam suas refeições fora do hospital”, explicou Arthur Lobo.
Abastecimento de água
O presidente da Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa), Claudio Conde, também participou da coletiva e anunciou algumas medidas preventivas que estão sendo tomadas devido à crise nacional de abastecimento. Dos 53 municípios do Estado que têm o abastecimento de água realizado pela Cosanpa, apenas quatro ficarão sem o correto tratamento a partir desta quarta-feira (30).
“Os moradores de Bragança e Dom Eliseu, no nordeste do Estado, Itaituba, no sudoeste e Conceição do Araguaia, no sudeste do Pará, precisarão filtrar e ferver a água por cinco minutos antes de bebê-la, infelizmente”, informou Conde.
Segundo ele, a Companhia não recebeu a carga de policloreto de alumínio (usado na limpeza da água) e do cloro-gás (produto que elimina bactérias). “Nosso carregamento ficou preso em caminhões que participam da greve. São produtos que vêm de Recife e Anápolis. Estamos em contato com os fornecedores e com o apoio da Polícia Federal e do Exército faremos a escolta das carretas que trazem esse material. Uma está em Santa Luzia do Pará e a outra em Teresina, no Piauí. Assim, evitaremos que o problema persista”, detalhou.
A Cosanpa esclareceu ainda que na capital paraense e nos demais 48 municípios atendidos pela companhia, a situação está sob controle, pois há um estoque maior dos produtos químicos. E permanecerá atuando para que suas atividades continuem sem interrupção.
Educação
A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) informa que não procedem informações que circularam nas redes sociais sobre suspensão das aulas em função da greve de caminhoneiros. A Seduc gerencia o Transporte Escolar de apenas cinco municípios: Vigia, Igarapé-Açu, Bragança, Novo Repartimento e Belém (região as ilhas) e, segundo levantamento realizado pela secretaria, nesses municípios não houve suspensão de aulas nesta segunda-feira (28).
A Seduc esclarece ainda que, até o momento, não se cogita a suspensão das aulas nas escolas estaduais. Entretanto, as prefeituras dos municípios de Nova Esperança do Piriá, Castanhal e São Francisco do Pará informaram, na segunda, que as aulas foram suspensas em função da falta de combustível para a frota do Transporte Escolar.
As escolas também estão abastecidas de produtos para a merenda escolar, como proteína (carne, peixe, frango, charque) e carboidratos (arroz, feijão, macarrão), leite e tempero completo, além de outros produtos já entregues para todas as escolas de Tempo Integral. Até agora não houve relato de prejuízos do abastecimento das escolas.
* Colaboração da Ascom Segup
Por Heloá Canali
Agência Pará

Nenhum comentário:

Postar um comentário

FISCALIZAÇÃO English Version Fiscais da Sefa apreendem mais de 90 toneladas de mercadorias irregulares no Pará Entre os itens retidos estão ...