Foto: Ricardo Amanajás / Ag. Pará |
Por Carol Menezes - Agência Pará
O carnaval de Belém vai atravessar a avenida e chegar também na telinha. Depois de 9 anos, a Cultura - Rede de Comunicação retoma a transmissão ao vivo dos desfiles das escolas de samba do Grupo Especial de Belém direto da Aldeia Amazônica David Miguel, só que agora de forma integrada e com o sinal digital. Quem não puder ver de pertinho, pode preparar a pipoca, reunir os amigos e se preparar para acompanhar todos os detalhes no próximo sábado (23), seja pela TV, pelo YouTube ou pelas redes sociais.
Serão 7 câmeras, 5 produtores de pista, 3 repórteres no meio do público – fazendo até vídeo-selfie – e da folia em meio a uma equipe de 50 pessoas que promete mostrar toda a beleza, emoção e grandeza do Carnaval paraense. A programação terá início às 19h e só sai do ar depois que a última escola fechar o desfile, por volta das 6h do domingo (24).
A diretora executiva da Fundação Paraense de Radiodifusão (Funtelpa), Vanessa Vasconcelos, não nega a empolgação à espera da grande noite, ao mesmo tempo em que confirma a correria para garantir que tudo saia perfeito. A decisão do governador Helder Barbalho sobre a volta da transmissão dos desfiles acabou sendo consequência de uma reunião entre a secretária de Estado de Cultura, Úrsula Vidal, e os membros da Liga Especial.
"Inicialmente, as escolas queriam tratar sobre apoio, mas depois que a secretária os levou para discutir o assunto com o governador, ele, apostando em uma visão moderna e abrangente, anunciou que a transmissão seria retomada. Eu lembro que saímos arrepiados, tinha gente chorando, foi super emocionante ver esse esquecimento ser interrompido", lembra a diretora.
Super produção – Os jornalistas Plácido Ramos e Kenny Teixeira, atualmente coordenadora geral do Portal Cultura, estarão ancorando toda a transmissão de dentro de um estúdio que será montado bem no meio do corredor por onde passarão as escolas. Entre uma fala e outra, um desfile e outro, eles contarão com a presença de convidados, que comentarão detalhes sobre o que o público verá na noite do dia 23: samba-enredo, alegorias, fantasias, desenvolvimento, evolução e outros quesitos. Já é possível acompanhar as chamadas na programação dos canais ligados à Funtelpa.
"Estamos trabalhando para dar ao nosso Carnaval a visibilidade que merece. É um grande desafio, e vou estar acompanhada do Plácido, que traz para a transmissão uma dinamicidade que tem tudo a ver. A gente interage com quem está no estúdio e também com o internauta, e esperamos repetir a experiência do Parazão que, com a transmissão integrada, mostrou paraenses morando em outros países tendo a possibilidade de curtir com a gente", detalhou Kenny Teixeira.
‘Mimos’ para quem ficar em casa – Quem acompanhar a transmissão ao vivo vai receber vários "bônus" durante a exibição. Antes da entrada de cada escola, um vídeo de apresentação com duração de um minuto resume um pouco do que será visto na avenida em seguida. E entre a saída de uma agremiação e a entrada de outra, outros VTs enaltecem ainda as manifestações carnavalescas nos interiores.
"Nosso sinal alcança 114 municípios, e queremos mostrar que nosso Carnaval não se restringe a Belém, fazer com que o telespectador dos demais municípios também se veja", justifica Vanessa Vasconcelos.
Todo esse trabalho faz parte de uma estratégia de tirar o "perfil segmentado" que a diretora entende ter dominado a emissora e a própria Fundação nos últimos 20 anos. "Pelos eixos do Esporte, da Arte e da Cultura, nós queremos chegar onde o povo está, mostrando às pessoas o que elas estão produzindo dentro do Estado. Essa transmissão deverá ser a primeira de muitas", antecipa.
Mais responsabilidade – A ansiedade do presidente do Rancho Não Posso Me Amofiná, a 4ª agremiação mais antiga do Brasil e uma das mais queridas pelos belenenses, Fernando Guga, é mais do que justificável. "Esse ano não seremos vistos apenas por quem estiver lá, é o Estado, o mundo inteiro vendo a gente! A responsabilidade é muito maior, não é? Sem contar que, com a tecnologia, tudo o que acontecer lá fica gravado para sempre", explicou, emocionado.
Em 2019, eles levam para a avenida um enredo sobre Barcarena, município da Região Metropolitana de Belém. "Já fico pensando que quem mora lá e não vai poder estar aqui não vai deixar de ver seu município sendo homenageado", reconhece. Para ele, a pouca importância dada ao Carnaval pelos governos anteriores acabou por criar um "esquecimento amplo".
"As pessoas acham que Carnaval só dura um dia, e é um processo que dura o ano todo. A transmissão é um reconhecimento. Oferece a possibilidade de o público conhecer. Na transmissão tem comentário, então você tem chance de identificar personagens, saber mais. A gente está muito feliz, é um resgate importantíssimo", afirma Guga.
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